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Folhas soltas...

Turma A do pré-escolar   |   Maio de 2013

 

Um nabo especial...

O Pré-Escolar da turma A do nosso agrupamento participou na IX Mostra de Teatro Escolar no Cineteatro Municipal João da Mota em Sesimbra no dia 25 de maio com a peça "Um Nabo Especial...". As crianças representaram uma história adaptada pela Educadora Manuela Fernandes do conto "O Nabo Gigante". Foi do agrado de todos os que assistiram, um momento muito divertido que encantou todos os presentes.

 

Há muito, muito tempo atrás, havia um velhinho e uma velhinha e o seu neto que viviam juntos numa casinha velha e torta, que tinha um grande jardim coberto de plantas. Andavam os três sempre a tratar das plantas.O velhinho e a velhinha tinham cinco canários amarelos, quatro gansos brancos,três galinhas sarapintadas,  dois porcos barrigudos e um grande boi preto.

Numa bela manhã de março, a velhinha, cheirou o ar perfumado da Primavera e disse: 

- Está na altura de semearmos os legumes!

E o neto repetiu:

- Está na altura de semearmos os legumes!

E o velhinho disse:

- Vamos para o jardim, vamos semear os legumes mas antes temos que apanhar as flores.

Foram os três apanhar as flores, e levaram-nas para casa.

Depois das flores apanhadas, o velhinho a velhinha e o neto foram para o jardim para semear os legumes. E o neto disse:

- Vamos semear ervilhas, cenouras e batatas.

A velhinha disse:

– Vamos semear ervilhas, cenouras, batatas e feijão.

O velhinho disse:

- Vamos semear ervilhas, cenouras, batatas, feijão e nabos.

Semearam ervilhas e cenouras e batatas e feijões. Por último, semearam nabos.

Velhinho:

- Já está tudo semeado, vamos esperar que os legumes cresçam.

Velhinha:

– Trabalhamos muito, estamos cansados, agora vamos descansar.

Neto:

- Vamos para casa, estou cheio de fome, quero comer.

Naquela noite choveu muito (ping-ping) no jardim da casinha velha e torta.

(Entra a nuvem e o som de trovoada e muita chuva.)

O velhinho a velhinha e o neto adormeceram a sorrir. A chuva ia ajudar as sementes a crescerem e a produzir ótimos vegetais suculentos.

A primavera passou e o sol de Verão fez os legumes ficarem maduros.

(Entra o sol e um pássaro, ouve-se o som de passarinhos.)

O velhinho e a velhinha e o neto foram para o jardim.

O velhinho disse para a velinha:

- Vamos colher os legumes já devem estar maduros.

A velhinha respondeu:

- Está bem.

- Eu também vou ajudar a colher os legumes - disse o neto.

Colheram as cenouras e as batatas e as ervilhas e os feijões e os nabos. No fim da leira, só sobrava um nabo. Parecia ser muito grande. De facto, parecia gigante.

- Ele não sai da terra. - Disse o velhinho.

- Vamos para casa descansar. - Disse a velhinha.

- Estou muito cansado avô, vamos dormir. - Disse o neto.

E assim foi, foram para casa descansar…

Numa bela manhã de Setembro, o velhinho, a velhinha e o neto sentaram-se na cama, e cheiraram o ar fresco do Outono.

- Está na altura de colhermos aquele nabo. - disse o velhinho.

E o neto repetiu:

- Está na altura de colhermos aquele nabo.

A velhinha disse:

- Pois é, está na altura de colhermos aquele nabo.

E lá foram eles para o jardim.

A velhinha foi estender a roupa:

- Vou entender a roupa.

O velhinho foi tirar o nabo:

- Eu vou tentar tirar o nabo.

E o neto foi dar de comer aos animais:

- Vou dar de comer aos animais, que devem estar com fome.

O velhinho puxou e içou e sacudiu e puxou com mais força, mas o nabo não se mexeu.

O velhinho foi à procura da velhinha.

(A velhinha estava a estender a roupa e o neto estava a dar de comer aos animais. Tiram-se os cenários e aparecem os animais.)

- Amor - Chamou o velhinho.

- Sim, meu querido, eu vou já. - Disse a velhinha

- Neto! - Chamou a velhinha. 

- Venham ajudar a tirar o nabo da terra. - Disse o velhinho

- Eu também vou, ajudar a tirar o nabo da terra.- Disse o neto.

A velhinha pôs os braços à volta da cintura do velhinho, o neto pôs os braços à volta da cintura da velhinha. Os três puxaram e içaram e sacudiram e puxaram com mais força, mas o nabo continuava sem se mexer.

Então a velhinha arregaçou as mangas e foi buscar o grande boi preto.

- Eu sou o boi, sou muito grande, tenho muita força. Vou ajudar o velhinho e a velhinha a tirar o nabo da terra.- Disse o boi.

O velhinho, a velhinha, o neto e o grande boi preto, puxaram e içaram e sacudiram e puxaram com mais força, mas o nabo continuava a não se mexer.

Então, o grande boi preto foi buscar os dois porcos barrigudos.

- Nós fomos fortes, vamos ajudar o velhinho e a velhinha a tirar o nabo da terra. - Disseram os porcos.

O velhinho, a velhinha, o neto, o grande boi preto e os dois porcos barrigudos puxaram e içaram e sacudiram e puxaram com mais força, mas o nabo continuava a não se mexer.

Então, os porcos barrigudos foram buscar os três galinhas sarapintadas.

- Nós somos as mais fortes da nossa capoeira, temos muita força, agora é que o nabo vai sair. - Disseram as três galinhas sarapintadas.

O velhinho, a velhinha, o neto, o grande boi preto, os dois porcos barrigudos, as três galinhas sarapintadas puxaram e içaram e sacudiram e puxaram com mais força, mas o nabo continuava a não se mexer.

Então, as três galinhas sacudiram as penas e foram buscar os quatro gansos brancos.

- Nós somos os gansos destemidos, nada temos a temer, vamos ajudar a tirar o nabo da terra, com a nossa força a valer. - Disseram os gansos.

O velhinho, a velhinha, o neto, o grande boi preto, os dois porcos barrigudos, as três galinhas sarapintadas e os quatro gansos brancos puxaram e içaram e sacudiram e puxaram com mais força, mas o nabo continuava a não se mexer.

Então, os quatro gansos brancos esticaram o pescoço e foram buscar os cinco canários amarelos.

- Somos pequeninos, mas todos juntos, somos fortes, com a nossa força o nabo vai sair da terra. - Disseram os canários.

O velhinho, a velhinha, o neto, o grande boi preto, os dois porcos barrigudos, as três galinhas sarapintadas, os quatro gansos brancos e os cinco canários amarelos puxaram e içaram e sacudiram e puxaram com mais força. Mas o nabo continuava a não se mexer.

O velhinho coçou a cabeça, o neto coçou a cabeça, os animais coçaram a cabeça.

- E agora o que vamos fazer? - Perguntou o neto. 

(Todos em coro)

- E agora o que vamos fazer?

O velhinho:

- Não sei…

Os animais e as aves deitaram-se no chão, ofegantes.A velhinha teve uma ideia:

- Velhinho, já sei, vão ver a ideia que eu tive!

A velhinha foi até à cozinha (o neto vai atrás da velhinha) e pôs um pedaço de queijo na ratoeira. Não tardou que um ratinho esfomeado deitasse a cabeça de fora do seu buraco, mais a sua amiga ratinha.

A velhinha apanhou o rato e o neto apanhou a ratinha, e levaram-nos lá para fora.

- Apanhei este ratinho na minha ratoeira, na cozinha e veio a sua amiga ratinha com ele.

- Eu estava com muita fome, e cheirou-me a queijo. Então a velhinha apanhou-me a mim e à minha amiga ratinha. – Disse o rato - Nós somos muito espertos e fortes, com a nossa ajuda o nabo vai sair! – Disseram os ratinhos, ao mesmo tempo.

O velhinho, a velhinha, o neto, o grande boi preto, os dois porcos barrigudos, as três galinhas sarapintadas, os quatro gansos brancos, os cinco canários amarelos, o ratinho e a sua amiga ratinha puxaram e içaram e sacudiram e puxaram com mais força.

- Pop!

(som do nabo a sair)

O nabo gigante saiu a voar de dentro da terra e todos caíram para trás.

Os canários caíram por cima dos ratos, os gansos caíram por cima dos canários, as galinhas caíram por cima dos gansos, os porcos caíram por cima das galinhas, o boi caiu por cima dos porcos, o neto caiu por cima do boi, a velhinha caiu por cima do neto e o velhinho caiu por cima da velhinha.

Todos caíram no chão e riram-se muito.

Naquela noite, houve uma grande festa. O velhinho e a velhinha fizeram uma enorme panela de sopa de nabo. Todos comeram até se fartarem.

E, sabem uma coisa? Os ratinhos esfomeados foram os que comeram mais. Se nos ajudarmos uns aos outros, se trabalharmos em equipa seremos mais fortes e conseguimos alcançar tudo o que desejamos.

 

Vitória, vitória acabou-se a história, logo à noite há mais em casa dos pais…

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